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A Escoliose

A coluna vertebral como um todo deve estar alinhada na vertical. Normalmente, quando olhar para alguém de lado, verá três ligeiras curvas - uma no pescoço, uma no tórax e uma na região lombar. Se olhar para essa pessoa de costas a coluna não deve apresentar qualquer curvatura. Se a coluna apresentar uma curvatura para o lado, esta será chamada de escoliose.

Essa curvatura poderá orientar-se para a direita ou para a esquerda e variar em gravidade desde muito leve e quase imperceptível a grave.

A escoliose poderá localizar-se na parte inferior da coluna (a curva lombar), na parte média da coluna (a curva torácica) ou ir desde a parte inferior à superior (a curva toracolombar). Em alguns casos para além da curvatura primária existe outra que é normalmente adquirida como forma de compensação, e faz com que o conjunto apresente uma forma de S.

Estas curvaturas poderão ser classificadas em:

 

  • Escoliose funcional ou postural: a coluna é estruturalmente normal, mas parece curvada por causa de outra disfunção, como diferença no comprimento das pernas, ou espasmos musculares nos músculos das costas. A curva é geralmente leve e muda ou desaparece quando a pessoa se inclina para os lados ou para a frente.

  • Escoliose estrutural: Nestes casos, a curvatura é fixa e não desaparece quando a pessoa muda de posição. Existem diferentes tipos:

  • Idiopática. Isto significa que a causa não é conhecida. Mais de 8 em cada 10 casos de escoliose são idiopáticos.

  • Neuromusculares. Isto significa que a curvatura é causada por uma condição que afecta os músculos e nervos das costas. Por exemplo, pode ocorrer em alguns casos de distrofia muscular, poliomielite, paralisia cerebral, ou neurofibromatose. Cada uma dessas condições tem outros sintomas e problemas, para além da escoliose.

  • Lombar degenerativa. Resultado da degeneração assimétrica da coluna vertebral.

  • Congénita. Isto significa que a coluna não formou correctamente durante o desenvolvimento do bebé no útero.

 

A escoliose idiopática é sem dúvida a mais frequente e pode ocorrer em qualquer fase da infância. Não se sabe como ou por que ela se desenvolve. Não é devido à má postura e estudos demonstram que o seu aparecimento não poderá ser evitado. É mais comum durante as fases de crescimento mais rápido, na adolescência, entre os 10-12 para as raparigas e os 11-16 para os rapazes. Cerca de 1 em cada 40 crianças têm algum grau de escoliose. A escoliose leve afecta em igual número rapazes e raparigas. No entanto, a escoliose moderada ou grave, é mais comum em raparigas.

 

Sinais e sintomas/ Diagnóstico

Na maioria dos casos o aparecimento da escoliose é gradual e indolor.

A escoliose pode causar dor leve e desequilíbrio muscular. Se a escoliose se torna mais severa, pode provocar alterações mais visíveis. Isto ocorre quando a coluna vertebral sofre uma curvatura acentuada para o lado, puxando as inserções musculares, ligamentares e das costelas, fazendo com que:

 

  • Se a escoliose for na região torácica, as costelas e omoplata formam uma protuberância num dos lados das costas.

  • Se a escoliose for na região lombar, provoca uma rotação anterior da pélvis e pode parecer que uma perna é maior que outra.

  • Se a escoliose se tornar grave e não for tratada, pode causar problemas como por exemplo, dor persistente nas costas e pode desencadear problemas respiratórios ou cardíacos se a deformidade na região torácica for muito grave.

 

Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica, exame da coluna vertebral e exame neurológico são necessários para ajudar ao diagnóstico de uma escoliose. A escoliose é geralmente perceptível quando se abaixa, notando-se que um dos lados do tronco fica mais elevado que o outro. No entanto, muitas vezes uma escoliose de grau leve a moderado pode desenvolver-se sem ser percebida pela criança ou pelos pais. Isso prende-se com o facto de se desenvolver durante a adolescência, em que as crianças se tornam mais auto-conscientes e é mais raro os pais observarem a criança sem roupa, de forma a poder identificar o problema.

A confirmação do diagnóstico pode ser feita através de um raio-X à coluna que irá permitir medir o grau de curvatura.

 

 

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